sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fidjuz di Cabral promovem "Cikatriz Rádio" em Cabo Verde

O grupo musical Fidjuz di Cabral, radicado em Roterdão, Holanda, estão em Cabo Verde, para a promoção do primeiro álbum intitulado "Cikatriz rádio". Retratando a cultura cabo-verdiana e falando do herói nacional Amílcar Cabral, o CD contem 10 faixas musicais, todos em estilo rap e cantado em crioulo. Em um Exclusivo ao Expresso das ilhas Cikey-las e Rabeladu Lopi falam ainda de vários projectos do grupo

De acordo com Cikey-las, o título do CD "Cikatriz rádio", é uma homenagem ao antigo nome do grupo. "Trabalhávamos numa rádio e tínhamos um grupo de nome Cikatriz. Daí originou o nome do nosso primeiro álbum", explica.

Cikatriz rádio, foi lançado, no final de 2008, já foi promovido na Europa só agora chegou a vez de Cabo Verde devido à falta de financiamento e disponibilidade dos músicos que, além de artistas, também trabalham.

Explicando o porque da escolha do estilo Hip Hop para cantar a historia e a cultura cabo-verdiana, Cikey-las diz que é o estilo com que mais identifica, uma vez que criou numa outra cultura sem muita influência dos estilos nacionais.

O artista acrescenta ainda, que estando longe da terra natal há necessidade e tendência para entrar na cultura local. "Encontrei o Hip Hop na procura da nossa identidade", sustenta o raper para acrescentar, que através de rap conseguem identificar-se e expressar da melhor maneira a cultura de Cabo Verde, sem perder de vista a cultura do hip hop.

"Há falta da cultura cabo-verdiana na diáspora"

Cikey-las que cresceu na Europa, diz que os filhos de cabo-verdianos que nascem ou criam na diáspora sentem falta da cultura cabo-verdiana. "No estrangeiro temos falta da cultura cabo-verdiana e constantemente precisamos de voltar a raiz", assegura, para acrescentar que em casa, embora os pais falem o crioulo, não falam da história ou da cultura de Cabo Verde.

O artista revelou, ainda, que antes de 2000, quando o grupo ainda não tinha o nome Fidjuz di Cabral as suas letras eram completamente diferente das de hoje.

A vontade de saber e conhecer mais sobre a raiz de Cabo Verde os levaram a estudar, de uma forma muito profunda "o pai da nacionalidade cabo-verdiana", Amílcar Cabral.

"Conhecíamos Cabral, mas não sabíamos quem ele era", afirma para clamar que Cabral deve ser um exemplo para todos os cabo-verdianos.

Inspirados por Cabo Verde e Amílcar Cabral o grupo compósita e canta sempre em crioulo para promover a "nossa língua e a nossa cultura", no mundo.

Seguindo os mesmos ritmos, Fidjuz di Cabral já estão ultimar os preparativos para o lançamento do segundo álbum que deverá ficar pronto em Novembro, e apresentado em Cabo Verde no mesmo mês.

Activistas cultural

Além de rapers, Cikey-las e Rabeladu Lopi também são activistas da cultura cabo-verdiana, divulgando-a através da música e na promoção tanto de Cabo Verde como de Amílcar Cabral.

No país, foi fundado em 2006, uma Associação, filial do grupo, com o mesmo nome, com o objectivo de dar continuidade a divulgação da nossa cultura bem como a promoção da vida e obra do herói Amílcar Cabral.

Os artistas são de opinião de que mesmo no país há muita gente que não comece na íntegra a vida do herói.

Consideram ainda, que Cabral deve ser um exemplo para todos os cabo-verdianos, defendem o ensinamento nas escolas sobre a vida do pai da nacionalidade cabo-verdiana.

Associação, sedeada no bairro de Achadinha além da promoção de Cabral, tem estado activo na área social, com campanha de limpeza nas praias e distribuição de kitis a crianças carênciadas.

Juntamente com a associação Fidjuz di Cabral, estão também a desenvolver um projecto que consiste em informar aos jovens sobre a verdadeira cultura "positiva", do hip hop, que não tem nada a ver com os males sociais, nomeadamente, droga álcool, delinquência juvenil com que é associado.

Estilos fashion a moda crioulo

Além da agência musical, o grupo dispõe duma companhia de roupa, na Holanda, de nome CCC, onde promovem também a marca cabo-verdiana através de vestuários.

Segundo Cikey-las, inspirado muito pela mãe que era costureira, sempre gostou de desenhar grafite, dentro da cultura hip hop, daí ter começado com este projecto em 2003, promovendo a moda, num estilo cabo-verdiano, com bubus, fato completo de djila, camisas de panos chan, techarts com imagens de Cabral e bandeira de Cabo Verde.


Nota: Esta entrevista foi publicada no site "Expresso das Ilhas". Para ler a versão completa entre aqui..
2-10-2009, 17:12:16
AR, Expresso das Ilhas

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