Black Company Segunda vida dos pioneiros
do ‘hip hop’ em português
Foram responsáveis pelo primeiro contacto entre o público português e o ‘rap’ cantado na sua língua graças ao sucesso ‘Nadar’. Regressam 11 anos depois
A história do hip hop português ainda é curta, mas já é capaz de produzir fenómenos curiosos. Para além das inúmeras colectâneas, já este ano foi editado o primeiro best of de um colectivo português de rap: os Mind Da Gap. Agora, e como que assinalando a rentréemusical, os Black Company concretizam o primeiro retorno ao activo de um colectivo português ligado ao hip hop, isto após dez anos. Makkas, o rapper de argola no nariz, defende que foi apenas um período de "stand by" em que "cada umse dedicou aos seus projectos".
Por exemplo, ele próprio foi fazer traduções para Norwich, em Inglaterra. Gutto, que durante os últimos anos se manteve no activo a solo e também ao lado de Boss AC, acrescenta que "já não fazia sentido continuar sem motivação", o que acabou por causar uma espécie de separação em 1998. Bambino, o mais irreverente dos três, defende que foram apenas "as muitas saudades" a motivar o regresso.
Embora estejam em plena fase de promoção de Fora de Série, apenas um terceiro depoimento em duas décadas de carreira, Nadar continua a ser a primeira palavra que a memória popular associa ao nome Black Company. Gutto, o cérebro do colectivo, explica que a canção passou por três fases: " Uma explosão em que toda a gente cantou o tema, uma segunda fase em que o pessoal do hip hop começou a desdenhar e uma terceira emque as pessoas voltaram a mostrar respeito pelos Black Company. " E é esse respeito que,no fundo, os legitima no meio de uma legião de novatos que explorou um caminho por eles iniciado. Gutto não tem dúvidas de que se os Black Company tivessem continuado, o "sucesso seria muito maior", recordando a escassa produtividade para duas décadas de vida. Só que este nunca foi um projecto "para ganhar a vida", defende, lembrando que os três são amigos há muitos anos.
Sobre o primeiro episódio de vida, Gutto recorda que os Black Company "desenvolveram o flow em português", até porque no princípio "toda a gente cantava em inglês". Hoje, "o hip hop tem uma aceitação muito maior", embora "a maioria das pessoas não conheça o melhor do género", assinala. Não por acaso, hoje fazem acompanhar-se de uma banda ao vivo."Antes, acreditávamos que o hip hop eram os MC e os DJ, mas depois uma pessoa cresce e apercebe-se de que há outras maneiras." Numa coisa a unanimidade é total: "Voltámos para ficar!"
Fonte: global Noticias/DN
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